Victor Pessoa Bezerra

Sou um músico, compositor e arranjador, buscador, pesquisador, curioso e captador de ideias. Sou filho de uma arte que quer se fazer cada vez mais livre, mais nua, mais intensa e criativa.

Autodidata, aprendi música através dos discos, das rodas de samba, no contato com músicos da noite e, anos depois estudei bateria com Pércio Sápia (Zimbo Trio) e piano erudito com a professora Raquel Maia. Logo, passei ao piano popular com a professora Débora Gurgel, além de ter feito um curso de Harmonia com o maestro Claudio Leal Ferreira, de técnica de arranjo com Lua Lafaiette e um curso de Linguagem Popular na música brasileira com o maestro Nailor, o “Proveta”.

Da minha relação com o cinema compus uma trilha para o teaser de um filme chamado “Liberdade Provisória” e uma trilha para uma peça de teatro chamada “Rebeldia, rebeldia”. Vindo de família Pernambucana, a poesia e os sons circulam no meu sangue de afluência nordestina e da minha relação com o samba surgiram várias parcerias com Wilson das Neves, Edil Pacheco, Ivor Lancelloti, Celso Viafora, Roque Ferreira, Everson Pessoa, Nino Miau e muitos outros. Fiz parte do Quinteto em Branco e Preto, onde trabalhei também com vários nomes da música como: Beth Carvalho (por quase 8 anos), Paulinho da Viola, Zeca Pagodinho, Martinho da Vila, Jair Rodrigues, Orquestra Jazz Sinfônica, Jamelão, João Nogueira, Dona Ivone Lara, Nei Lopes e muitos outros, além de ter participado inúmeras vezes do programa “Ensaio” na TV Cultura, a convite do produtor musical Fernando Faro.

Já toquei em vários países como África do Sul, Angola, Suíça, França, Alemanha, Portugal, EUA, Equador, e Peru. Participei dos festivais de Montreaux (Suíça), Jazz á Vienne (França) e Latino Americando (Itália).

Atualmente desenvolvo um trabalho solo com o Victor Pessoa Quarteto chamado “Piano e fé”, um trabalho autoral voltado á canção e à pesquisa de ritmos brasileiros e afro-latinos. Atuo como pianista no curso “Corpo da voz” com a cantora e professora Fabiana Cozza e faço parte do núcleo de pesquisa sociocriativa.

 

 

 

Os quatro elementos da composição

 

Há o fogo-centelha que acende as ideias, um pressuposto diário de introspecção sobre o qual a arte se manifesta. Ela diz para onde quer ir e aponta o caminho, o sentido traz na chama da essência seu nascedouro. A ideia pode vir de qualquer lugar, o fogo é a intuição determinando o que se quer ser. Quando a chama se acende, vai se criando o primeiro movimento, o primeiro pensamento e tudo vai criando forma num espaço vazio.

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Para estimular a criação através do elemento ar, começo a andar cantando melodias, a princípio tudo muito abstrato mas no decorrer do processo vou cantando, colhendo e repetindo, repetindo até criar um formato, ficar orgânico, ficar fluido.

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Agora essa melodia vai encontrar seu fluxo, seus caminhos harmônicos a partir dos coloridos que quero construir dessas “transgressões”. Os acordes, em muitos casos, não têm “funções” harmônicas, eles vão formando prismas a partir da melodia. São sensações, intenções, movimentos. Há uma transparência no formato e na multiplicidade de formas que ela pode tomar. A harmonia se aprende a partir da melodia, ou seja, ela acolhe a fluidez nas suas vozes complementares. Tanto do ponto de vista vertical (acordes) ou horizontal (melodias, contrapontos, cadências etc.).

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Quando a água busca a terra é para cultivar a semente que já está lá, plantada no campo material. Essa semente vira método, partitura, e a melodia pode  ganhar letra (ou não). Os acordes são indicados por cifras, como um idioma universal. O som se materializa numa gravação (digital ou analógica). A “terra” dos vinis de outrora é a “nuvem”dos internautas de agora. A missão de captar o “invisível” assume outras formas, outros modelos, mas é como ouvi uma criança dizer: “Para onde vai a música quando ninguém está tocando?”

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foto Carolina Andrade

Fagulhas que habitam o meu interior

Não é tarefa fácil entender de onde nascem as ideias. Imagino que são fragmentos de estrelas perdidas rondando galáxias remotas e constelações. São órbitas do elemento fogo: as dúvidas, as inquietações, as observações e as percepções, fagulhas que habitam meu universo interior.

Há o fogo-centelha que acende as ideias, um pressuposto diário de introspecção sobre o qual a arte se manifesta. Ela diz para onde quer ir e aponta o caminho, o sentido traz seu nascedouro na chama da essência. A idéia pode vir de qualquer lugar, o fogo é a intuição determinando o que se quer ser. Quando a chama se acende, vai se criando o primeiro movimento, o primeiro pensamento e tudo vai criando forma num espaço vazio.

A partir desse estímulo, o fogo da minha criação necessita de novos acasalamentos artísticos: poemas, contos, filmes, quadros…tudo vira matéria prima para ser o embrião da música. O importante é “preparar o terreno”, isto é, deixar a alma leve para o sensível. Estar atento aos caminhos do sentir. Acho que sentir é o que move o ser humano. Sentir é o que mais nos aproxima do criar.

O elemento fogo é, sobretudo, a consciência que me faz ser músico. Ser humano acima de tudo, sabendo sentir as notas e as pessoas.

A música, sem dúvida, eleva o nível de uma consciência coletiva.

Esse é o sentido, o saber lidar com o universo do “invisível”, do “inimaginável”, do “inalcançável” o tempo todo. Lidar com a forma mais bonita e encantadora da vida, que é o mistério.

A música exprime a verdade sobre o ser humano.

Precisamos explorar os sons que (re)existem dentro de nós.

O fogo é o sentido dos sons.

Salve

Hermetos, Egbertos, Hancocks, Gonzagas, Pixinguinhas…

e tantos outros iluminados

que mantém aceso o fogo das ideias.

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Ando cantando melodias

Se observarmos as respirações, observamos o elemento ar. A respiração te conecta com o infinito de possibilidades que a sua alma pode alcançar. Primeiramente, afino o meu instrumento (corpo) através do canto para dar um sentimento real à música (alma) e ter as notas dentro de mim. Sai de uma esfera puramente técnica, mas é dessa esfera em que a técnica se produz. É onde eu posso transgredir os próprios limites das regras teóricas, dos conceitos tonais, deixando a melodia “sem amarras”, indo para uma terra desconhecida. Como a respiração que conduz a meditação.

Caminhos que talvez a teoria (pensamentos) diria: isso pode, isso não pode.

Para estimular a criação através do elemento ar, começo a andar cantando melodias. A princípio tudo muito abstrato mas no decorrer do processo vou cantando, colhendo e repetindo, repetindo até criar um formato, ficar orgânico, ficar fluido. Gravo. A melodia vem do lugar em que estou, como um retrato de como me sinto naquele momento. Triste, alegre, confuso, eufórico…tudo é movimento e tudo pode se transmutar em música.

Não posso depender da tal “inspiração” para criar, é como o ato de comer, respirar, andar…

Assistir a espetáculos, fazer contatos. Arejar a mente com novas ideias, manter o ato de comunicação, pensar outros caminhos em que não estou acostumado, é sempre necessária a oportunidade para a transgressão: experimentar coisas, formações inusitadas, conectar com outros lugares do mundo, fazer pontes, conexões, investigações… não se permitir ficar no lugar é estar grávido do elemento ar.

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Agora essa melodia vai encontrar seu fluxo, seus caminhos harmônicos a partir dos coloridos que quero construir dessas “transgressões”. Os acordes, em muitos casos, não têm “funções” harmônicas, eles vão formando prismas a partir da melodia. São sensações, intenções, movimentos. Há uma transparência no formato e na multiplicidade de formas que ela pode tomar. A harmonia se aprende da melodia, ou seja, ela acolhe a fluidez nas suas vozes complementares. Tanto do ponto de vista vertical (acordes) ou horizontal (melodias, contrapontos, cadencias etc.)

Só o ato de experimentar a rica variedade de possibilidades de acordes sobre uma melodia tem efeitos psicológicos interessantíssimos. Faz você buscar outros caminhos e sair das zonas de conforto, das obviedades etc.

Do ponto de vista da improvisação, o elemento água pode ser associado a escalas, acordes, arpejos, intervalos… Em que, para cada acorde, há um modo diferente. Nos modos estão contidas as escalas e delas se extraem as cadências. Do ponto de vista modal, uma escala pode assumir uma função de concisão. As diversas escalas dos modos terão muitos elementos em comum. A água atua como conteúdo de ganho e eliminação, vejo a partir dessa analogia o ritmo como a peça fundamental para as escalas criarem vida, organizarem novos fluxos e a combinação entre elas gera novos enlaces e novos diálogos. Tudo que é descartado do primeiro processo vai para o chamado “lixo lógico” e, depois, tudo se reaproveita em novas disposições harmônicas.

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No silêncio das pausas é onde moram os sons

Quando a água busca a terra é para cultivar a semente que já está lá, plantada no campo material. Essa semente vira método, partitura, e a melodia pode ganhar letra (ou não). Os acordes são indicados por cifras, como um idioma universal. O som se materializa numa gravação (digital ou analógica). A “terra” dos vinis de outrora é a “nuvem” dos internautas de agora. A missão de captar o “invisível” assume outras formas, outros modelos, mas é como ouvir uma criança dizer:

– Para onde vai a música quando ninguém está tocando?

No silencio das pausas é onde moram os sons, nas notas elas apenas se movimentam. Quando reproduzimos o que está escrito nas partituras, estamos corroborando uma ideia que fez todo um percurso. Quando gravamos em estúdio, estamos encerrando um ciclo para começar um outro. Esse encerramento de ciclo é também, a terra que adubamos e repousamos para fazer novas colheitas no futuro.

A poesia desse chão vai sendo afeita ao método e ao pragmatismo do processo: preciso “aterrar” as ideias em um papel que tem a intenção de definir em palavras o que não se define e nem se explica. Para o entendimento do público, dos patrocinadores e dos contratantes em geral o projeto escrito se faz necessário e traduzir esse material “imaterial”em textos breves e resumidos é um exercício árduo e desafiador. Reduzir o texto sem redução da obra, sem reducionismos vazios de superficialidades panfletárias. O conteúdo deve, acima de tudo, buscar sua própria originalidade mesmo adequada aos padrões propostos e, ao mesmo tempo, manter o solo fértil e flexível às demandas dos editais.

O fruto desse processo pode ter capilaridade em shows e tournées pelo mundo afora, até completar o ciclo e recomeçar um novo.

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