Ando cantando melodias

Se observarmos as respirações, observamos o elemento ar. A respiração te conecta com o infinito de possibilidades que a sua alma pode alcançar. Primeiramente, afino o meu instrumento (corpo) através do canto para dar um sentimento real à música (alma) e ter as notas dentro de mim. Sai de uma esfera puramente técnica, mas é dessa esfera em que a técnica se produz. É onde eu posso transgredir os próprios limites das regras teóricas, dos conceitos tonais, deixando a melodia “sem amarras”, indo para uma terra desconhecida. Como a respiração que conduz a meditação.

Caminhos que talvez a teoria (pensamentos) diria: isso pode, isso não pode.

Para estimular a criação através do elemento ar, começo a andar cantando melodias. A princípio tudo muito abstrato mas no decorrer do processo vou cantando, colhendo e repetindo, repetindo até criar um formato, ficar orgânico, ficar fluido. Gravo. A melodia vem do lugar em que estou, como um retrato de como me sinto naquele momento. Triste, alegre, confuso, eufórico…tudo é movimento e tudo pode se transmutar em música.

Não posso depender da tal “inspiração” para criar, é como o ato de comer, respirar, andar…

Assistir a espetáculos, fazer contatos. Arejar a mente com novas ideias, manter o ato de comunicação, pensar outros caminhos em que não estou acostumado, é sempre necessária a oportunidade para a transgressão: experimentar coisas, formações inusitadas, conectar com outros lugares do mundo, fazer pontes, conexões, investigações… não se permitir ficar no lugar é estar grávido do elemento ar.

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O caminho quadruplo

quadruploLogo no início dos encontros para pesquisa dos elementos sociocriativos, ouvi um provérbio indígena que ficou gravado na minha mente e no meu coração: “O passado está na frente. O futuro está na gente”.

Essa curta frase me levou a fazer várias sinapses que pareciam não ter fim.

Nesse meio tempo, fui um dia à livraria para ver se encontrava algo novo. Um livro de capa vermelho vivo, com um título que sincronizava com o estudo do grupo, me chama a atenção.

Logo no início, leio a apresentação à edição brasileira:

“Você está começando a embarcar em uma viagem para o mundo das “Rodas das Chaves”. Se você tem um pensamento linear, ajuste seu processo de pensar e engaje-se na criativa aventura de pensar em círculos…

As Rodas são uma maneira de recordar, compreender e decodificar conhecimentos que estão assentados como as camadas que se vê nos perfis das montanhas mais antigas de nosso Planeta. Elas nos levam a uma percepção do tempo, de maneira multidirecional, de um dado instante; são como mapas cognitivos e ferramentas que ampliam nossa compreensão.

(…)

O mundo em que vivemos é definido pelos poderes das quatro direções e estabilizado pelos quatro elementos; o estilo de vida, pelas quatro estações, refletido em nossos corações, mente, corpo e alma, seja interna ou externamente, manifestando seus poderes e beleza em todas as nossas relações.

(…)

Hoje, em nosso tempo transcultural, além de todos os “ismos”, no “aqui e agora” que é formado por todos os “nossos ontens” e que será o nosso amanhã; na busca de nosso poder e do reconhecimento de quem somos, de onde viemos, para onde vamos, o que estamos fazendo aqui e como transformar todas as nossas relações equilibradas, corretas, belas e harmoniosas.” – José Duarte Filho

Ainda estou lendo e absorvendo cada ensinamento desse livro. Não, não se trata de livro de autoajuda. A autora, Angeles Arrien, é um dos nomes mais respeitados no universo dos profissionais que estudam culturas indígenas, buscando integrar a essência desses conhecimentos à vida moderna.

Termino essa dica de leitura com um trecho do livro “The labyrinth of solitude”, de Octavio Paz, citado no Apêndice B desta obra:

“O que movimenta o universo é a interação, a atração e repulsão entre diversidades. Pluralidade é vida, uniformidade é morte. Ao suprimir diferenças e peculiaridades, ao eliminar diferentes civilizações e culturas, o progresso enfraquece a vida e favorece a morte. O ideal de uma só civilização para todos implica o culto do progresso e da técnica, que nos empobrece e mutila. Cada visão de mundo que se apaga, cada cultura que desaparece diminui a possibilidade de vida!”

Ver Denise Lagrotta
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livro O caminho quádruplo no Google Books
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