Quando deixei a advocacia como forma de expressão profissional, fui em busca da expansão de assuntos, temas e experiências que circulassem fora do âmbito do Direito.
Uma das iniciativas que me marcou bastante foi a Formação Holística de Base da Unipaz. Em um dos módulos entrei em contato com a Transdisciplinaridade e fiquei fascinada.
Nas palavras de Basarab Nicolescu,
“a transdisciplinaridade como prefixo ‘trans’ diz indica, diz respeito àquilo que está ao mesmo tempo entre as disciplinas, através das diferentes disciplinas e além de qualquer disciplina. Seu objetivo é a compreensão do mundo presente, para o qual um dos imperativos é a unidade do conhecimento.”
Neste livro, o autor transita entre vários temas e num deles, nomeado de ‘O transcultural e o espelho do Outro’, ele diz:
“A separação entre ciência e cultura gerou o mito da separação entre Ocidente e Oriente: o Ocidente, depositário da ciência enquanto conhecimento da Natureza, e o Oriente, depositário da sabedoria enquanto conhecimento do ser humano. Esta separação, tanto geográfica como espiritual, é artificial, pois, como tão bem observou Henry Corbin, há Oriente no Ocidente e Ocidente no Oriente. Em cada ser humano estão reunidos, potencialmente, o Oriente da sabedoria e o Ocidente da ciência, O Oriente da afetividade e o Ocidente da efetividade.”
(…)
“As diferentes culturas são as diferentes facetas do Humano. O multicultural permite a interpretação de uma cultura por outra cultura; o intercultural, a fecundação de uma cultura por outra cultura; enquanto que o transcultural assegura a tradução de uma cultura para qualquer outra cultura, pela decodificação do sentido que liga as diferentes culturas, embora as ultrapasse.”
Enfim, uma obra fundamental para aqueles que buscam enxergar a teia complexa da vida, onde tudo e todos são interdependentes.
Ver Denise Lagrotta
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