Manifesto da transdisciplinaridade

Quando deixei a advocacia como forma de expressão profissional, fui em busca da expansão de assuntos, temas e experiências que circulassem fora do âmbito do Direito.

Uma das iniciativas que me marcou bastante foi a Formação Holística de Base da Unipaz. Em um dos módulos entrei em contato com a Transdisciplinaridade e fiquei fascinada.

Nas palavras de Basarab Nicolescu,

a transdisciplinaridade como prefixo ‘trans’ diz indica, diz respeito àquilo que está ao mesmo tempo entre as disciplinas, através das diferentes disciplinas e além de qualquer disciplina. Seu objetivo é a compreensão do mundo presente, para o qual um dos imperativos é a unidade do conhecimento.”

Neste livro, o autor transita entre vários temas e num deles, nomeado de ‘O transcultural e o espelho do Outro’, ele diz:

 “A separação entre ciência e cultura gerou o mito da separação entre Ocidente e Oriente: o Ocidente, depositário da ciência enquanto conhecimento da Natureza, e o Oriente, depositário da sabedoria enquanto conhecimento do ser humano. Esta separação, tanto geográfica como espiritual, é artificial, pois, como tão bem observou Henry Corbin, há Oriente no Ocidente e Ocidente no Oriente. Em cada ser humano estão reunidos, potencialmente, o Oriente da sabedoria e o Ocidente da ciência, O Oriente da afetividade e o Ocidente da efetividade.”

(…)

“As diferentes culturas são as diferentes facetas do Humano. O multicultural permite a interpretação de uma cultura por outra cultura; o intercultural, a fecundação de uma cultura por outra cultura; enquanto que o transcultural assegura a tradução de uma cultura para qualquer outra cultura, pela decodificação do sentido que liga as diferentes culturas, embora as ultrapasse.”

Enfim, uma obra fundamental para aqueles que buscam enxergar a teia complexa da vida, onde tudo e todos são interdependentes.

Ver Denise Lagrotta
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O segredo judaico da resolução de problemas

Apesar do título, não se trata de uma obra de natureza religiosa. Longe disso.

Toda vez que vou viajar, sempre levo um livro (às vezes, dois, três…). Se for de avião e não estiver atrasada, é claro que passo antes numa livraria…

Numa de minhas viagens, já saindo da livraria sem ter encontrado nada que me interessasse, vejo esse livro fininho numa prateleira próxima ao caixa. Só tinha um exemplar. Não consegui sair sem dar uma olhada. E embarquei com ele na bolsa.

Foi uma grata surpresa!

Desde pequena tenho fascinação por tudo que é oculto, bem como uma grande inquietação com imposição de regras. E logo na “orelha” do livro, encontrei a seguinte descrição:

“Na tradição judaica, em que a pergunta é tão importante quanto a resposta, pensar é preciso: as reviravoltas da realidade dependem do raciocínio e da percepção acurada, não apenas de fé. Por intermédio de dezenas de parábolas, Nilton Bonder rejeita aqui as obviedades e as soluções prontas, estimulando a interpretação constante dos fatos e a possibilidade de ver o outro lado das situações.  Conforme a herança da mística ancestral, que contempla o divino e o humano, o rabino indica como transitar pelas quatro camadas da realidade: o aparente do aparente (problema literal), o oculto do aparente (problema metafórico), o aparente do oculto (problema alusivo) e o oculto do oculto (problema secreto).”

Apesar de ser um livro com apenas 134 páginas, sua leitura é complexa e de difícil síntese. Assim, termino essa dica com um trecho que me marcou muito:

“O ato de recontextualizar é uma forma subversiva de tratar a realidade. É em geral uma sublevação contra a unanimidade ou o consenso. Dizia Walter Lippman: ‘Quando todos pensam igual, ninguém está pensando.’ O reframing (…) reconhece que as ‘verdades’ podem ser impostoras e que os processos de pensamento são fraudulentos e facilmente corruptíveis, existindo uma dimensão emocional e afetiva e não meramente intelectual no ato de pensar.”

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